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Diabetes

  • Foto do escritor: Marta Temporão
    Marta Temporão
  • 15 de set. de 2018
  • 4 min de leitura

Atualizado: 16 de set. de 2018

Segundo um relatório da OCDE de 2017, estima-se que a prevalência de diabetes em Portugal seja de 9.9% em adultos, valor superior ao da média da OCDE35 que se encontra nos 7%.

Acredita-se que uma considerável parte da população não está diagnosticada.

A diabetes tem um peso significativo nas causas de morte, sendo atualmente responsável por mais de 4% das mortes nas mulheres e mais de 3% nos homens. Apesar disso, em Portugal, a mortalidade por diabetes tem diminuído (Ministério da Saúde, 2017).


O que é a diabetes?


Para que a glicose (o comum “açúcar”) possa ser utilizada pelo organismo, tem que passar do sangue para o interior das células. Na maioria das situações esse transporte para dentro das células só é possível com a ajuda de uma importante hormona: a insulina.


A insulina é produzida por agrupamentos de células no pâncreas, que desde muito cedo (mesmo antes de nascermos) a secretam para o sangue. Ao sinalizar as células para importarem o açúcar do sangue, a insulina funciona como reguladora da glicemia (concentração de glicose no sangue).


Na Diabetes mellitus, esta situação está alterada. A característica mais importante e que define a Diabetes mellitus é a elevação anormal e descontrolada da glicemia. Isto é causado por problemas com a produção de insulina ou com a sua atuação nas células (a chamada "resistência à insulina").


Tipos de diabetes


  • Diabetes mellitus tipo 1

Desenvolve-se geralmente em crianças, adolescentes ou jovens adultos. Neste tipo de diabetes o pâncreas deixa completamente de produzir insulina. Por essa razão, a única maneira de tratar a Diabetes mellitus tipo 1 é administrando insulina.


  • Diabetes mellitus tipo 2

Surge em qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas adultas com excesso de peso. Neste tipo de diabetes, o organismo produz menos insulina e a insulina faz menos efeito (chama-se a isto "resistência à insulina"). É tratada com medidas de alteração do estilo de vida e medicação. Com o passar dos anos, também precisa da administração de insulina. É a forma mais frequente, sendo que 9 em cada 10 diabéticos são do tipo 2.


  • Diabetes Gestacional

Pode ocorrer durante as últimas fases da gravidez, embora geralmente desapareça com o nascimento do bebé. As mulheres que têm este tipo de diabetes têm maior propensão para virem a desenvolver diabetes tipo 2 numa fase mais tardia da sua vida.


Existem outros tipos de diabetes, que ocorrem com menor frequência, como por exemplo a Diabetes tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young), a diabetes tipo LADA (Latent Autoimmune Diabetes in Adults), entre outros.


Fatores de risco e causas da diabetes tipo 2


Tal como outras formas menos prevalentes de diabetes mellitus, a diabetes tipo 2 deve-se principalmente à elevação anormal e descontrolada dos níveis de glicemia.

Não se sabe porque é que em algumas pessoas o pâncreas começa a falhar. Sabe-se porém, que os principais fatores de risco para o desenvolvimento da diabetes são:


  • Excesso de peso e obesidade

  • Ingestão de açúcar e gordura em excesso

  • Sedentarismo

  • História familiar e herança genética

  • Idade

  • Stress

  • Alcoolismo

  • Pré-Diabetes

  • Hipertensão arterial (HTA)

  • Diabetes gestacional prévia

  • História de doença cardiovascular prévia

Assim, há alterações no quotidiano que podem ajudar a prevenir e controlar a doença e a melhorar a qualidade de vida. Por exemplo:

  • Manter o peso ideal, que se baseia-se no Índice de Massa Corporal (IMC) e no seu perímetro abdominal;

  • Ter uma alimentação saudável e equilibrada;

  • Combater o sedentarismo: ao manter-se fisicamente ativo, o organismo vai utilizar a glicose (açúcar) para obter energia, o que ajuda a que os níveis de glicemia não aumentem.

  • Monitorizar periodicamente os níveis de glicemia no sangue.

  • Não fumar, já que fumar aumenta a resistência à insulina, tornando mais difícil o controlo dos níveis de glicemia e a probabilidade de complicações associadas à doença, tais como:

*Doença cardíaca e renal

*Má circulação, que pode resultar em infeções e feridas nos pés

*Retinopatia, uma doença ocular que pode resultar em cegueira

*Neuropatia periférica, uma doença que danifica o sistema nervoso nos braços e pernas, resultando em dormência, fraqueza e falhas na coordenação dos membros

  • Cumprir o regime medicamentoso da diabetes

  • Reduzir a pressão arterial

  • Melhorar os níveis de colesterol


A resistência à insulina começa muito antes da diabetes ser diagnosticada. Tanto quanto se sabe hoje em dia, a sequência de acontecimentos é a seguinte (Fig. 1):

Como resultado de um estilo de vida desequilibrado e/ou de predisposição genética, o organismo vai ficando progressivamente mais resistente à insulina.

Para compensar, o pâncreas produz mais insulina. Com este esforço do pâncreas, os níveis de glicemia vão-se mantendo controlados e dentro de valores normais.

Nalgumas pessoas, o pâncreas começa lenta mas progressivamente a falhar e a deixar de produzir a quantidade suficiente de insulina para manter a glicemia controlada.

Quando isto acontece, a glicemia aumenta anormalmente e de forma descontrolada, dando origem à diabetes mellitus.



Fig 1 - Sequência de acontecimentos em diabéticos e não diabéticos

Assim sendo, como mencionado acima, as causas principais para o aparecimento de diabetes tipo 2 são:

- Perda progressiva da eficácia da insulina, também designada de "resistência à insulina";

- Diminuição anormal e progressiva da produção de insulina por parte do pâncreas.


Complicações associadas à diabetes mellitus


Quando a glicemia se mantém elevada durante muito tempo (não controlada), pode aumentar o risco de complicações crónicas associadas com a diabetes.

De um modo geral as COMPLICAÇÕES podem dividir-se em:

• Microvasculares (lesões dos vasos sanguíneos pequenos): retinopatia, nefropatia e neuropatia

• Macrovasculares (lesões dos vasos sanguíneos grandes): doença coronária, doença cerebral, doença arterial dos membros inferiores e hipertensão arterial

• Neuro, macro e microvasculares (incluem alterações de vasos sanguíneos pequenos, grandes e de nervos): pé diabético

• Outras complicações: disfunção sexual, infeções etc.


Estas complicações poderão ser evitadas se se controlar de forma adequada a diabetes. Isto significa que devem ser tomadas medidas para reduzir os níveis de glicemia através de uma alimentação saudável, exercício físico regular e medicação. Exames regulares (como por exemplo análises de sangue) também podem ajudar a evitar complicações, por meio da deteção precoce e tratamento eficaz.


O enfermeiro deve auxiliar os diabéticos e a população em geral neste sentido de adquirirem hábitos de vida saudáveis, quer no âmbito da prevenção, quer no âmbito do tratamento, partindo da consciencialização para esta necessidade. Mudar hábitos antigos é extremamente difícil, pelo que o acompanhamento é essencial.




Referências bibliográficas:

Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar – Guia Prático de Saúde, 2009. (pág. 123)

Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. Diabetes. [in linha]. Retrieved from: http://www.apdp.pt/diabetes/a-pessoa-com-diabetes/o-que-e-a-diabetes

Ministério da Saúde. 2017. Programa Nacional para a Diabetes 2017. Lisboa: Direção-Geral da Saúde, 2017.

MSD. 2017. Vida saudável. Lisboa: Controlar o diabetes. [In linha] Retrieved from: https://controlaradiabetes.pt/




 
 
 

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