Doença de Crohn
- Marta Temporão
- 29 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
A doença de Crohn é uma doença crónica em que parte do sistema digestivo fica inflamado (Crohn’s & Colitis Foundation, 2020; NHS, 2018).
Apesar de afetar pessoas de todas as idades, os sintomas começam geralmente na adolescência ou no início da vida adulta, entre os 20 e os 30 anos (Crohn’s & Colitis Foundation, 2020; Harvard Medical School, 2018). Esta doença manifesta-se de forma diferente em cada paciente, e depende da parte do sistema gastrointestinal afetada.
De uma forma geral, os sintomas são:
- diarreia persistente
- dores de estômago / abdominal
- presença de sangue nas fezes
- cansaço e perda de peso
- sensação de evacuação intestinal incompleta
- obstipação em alguns casos (Harvard Medical School, 2018; NHS, 2018).
Estes sintomas podem ser ou não constantes durante algumas semanas ou meses (NHS, 2018).
A presença destes sintomas a longo prazo pode levar a perda de peso, perda de energia e fadiga, e no caso das crianças, pode atrasar o desenvolvimento das mesmas. Por outro lado, também pode ter como consequências o aparecimento de fissuras e eventualmente fístulas (Crohn’s & Colitis Foundation, 2020). Daí que a intervenção clínica precoce seja importante, para evitar consequências maiores.
A doença é crónica e não existe um tratamento definitivo. O tratamento que é feito visa ajudar a reduzir ou a controlar os sintomas, diminuindo a possibilidade de reaparecimento, e corrigir os problemas nutricionais (Brazier, 2019; NHS, 2018).
O tratamento principal baseia-se em medicamentos que suprimam o sistema imunitário, o que reduz a inflamação no sistema digestivo (usualmente os esteroides); medicamentos que impedem o retorno da inflamação; ou cirurgia para remover uma pequena porção do sistema digestivo (NHS, 2018). Não existe evidência que sustente que uma particular dieta causa esta doença (NHS, 2018), no entanto, uma dieta cuidada pode ajudar a reduzir os sintomas, compensar a perda de nutrientes e promover o bem-estar. Grande parte das pessoas diagnosticadas com esta doença consideram que comidas mais brandas, com menos picantes e fibras podem causar menos desconforto (Crohn’s & Colitis Foundation, 2020). O risco de desenvolver cancro do cólon é superior em pessoas que padecem desta doença, pelo que a realização de check-up é muito importante (Harvard Medical School, 2018).
O que causa exatamente esta doença é ainda desconhecido, mas pensa-se que seja originado como uma resposta anormal do sistema imunológico (Brazier, 2019). Julga-se que os seguintes fatores, entre outros, possam estar relacionados com a sua etiologia:
- influência genética, já que a probabilidade de desenvolver esta doença é maior se um familiar a tiver;
- distúrbios no sistema imunitário;
- consumo de tabaco;
- problema gástrico prévio;
- desequilíbrio da microbiota intestinal.
Viver com a doença de Crohn pode ser difícil. Os surtos imprevisíveis e as visitas regulares às instituições de saúde podem perturbar o aproveitamento escolar, o trabalho e a vida social. É deveras importante que o enfermeiro acompanhe o utente que padece desta doença, promovendo uma adaptação eficaz à mesma. Por um lado, ajudar na gestão da doença, desde a identificação ao controlo dos seus sintomas; por outro, apoiar emocionalmente, minimizando a ansiedade que lhe possa gerar. O impacto na vida dos utentes é grande, o que não deve ser descurado.

Referências bibliográficas:
Brazier, Y. (2019). What is Crohn's disease? Medical News Today. https://www.medicalnewstoday.com/articles/151620#symptoms
Crohn’s & Colitis Foundation. (2020). Overview of Crohn's Disease. https://www.crohnscolitisfoundation.org/what-is-crohns-disease
Harvard Medical School. (2018). Crohn’s Disease. Harvard Health Pulishing. https://www.health.harvard.edu/a_to_z/crohns-disease-a-to-z
NHS. (2018). Crohn's disease. https://www.nhs.uk/conditions/crohns-disease/
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