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SCHAWNNOMA – O QUE É ISSO?

  • Foto do escritor: Marta Temporão
    Marta Temporão
  • 8 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura

As células de Schwann correspondem a um tipo de células da glia que produzem a mielina envolta dos axónios dos neurónios no sistema nervoso periférico.

O neurilemona, como anteriormente era designado, ou schwannoma, como é atualmente referido, é definido como sendo um tumor benigno dos nervos periféricos. Habitualmente apresenta-se como uma lesão única de crescimento indolente e indolor durante vários anos, sem que surjam sintomas específicos, com origem na proliferação das células de Schwann (Doménech Juan et al., 2004; Sá et. al, 2016).

Entre os 30 e 60 anos, indiferentemente do género, manifestam-se sobretudo os shwannomas esporádicos. Aparecem essencialmente nas regiões flexoras, porque nessas regiões dá-se elevada concentração de estruturas nervosas (Sá et al, 2016).

Habitualmente surgem na região da cabeça e pescoço, no tronco, nos membros inferiores e por fim nos superiores (Doménech Juan et al., 2004; Sá et al, 2016).

Numa fase inicial caracterizam-se por ser indolor, como referido, mas à medida que evoluem surge dor e parestesias, por efeito de compressão no local.

É de referir que os sintomas dependem do grau de compressão e do facto de não existir distensibilidade tecidular local, como por exemplo na mão e no punho a sensação dolorosa deve-se à baixa distensibilidade das estruturas locais (Sá et al, 2016).

A confirmação do diagnóstico é dada pelo exame histológico. Sá et al (2016) refere que “a biópsia é desaconselhada quando há suspeita de lesão da bainha do nervo periférico, pelo risco de lesão iatrogénica permanente do nervo, bem como a fibrose local que dificultará a dissecção delicada na exci­são.” (Sá et al, 2016, pp. 522). Assim sendo, quando se suspeita de schawnnoma, deve fazer exploração cirúrgica e excisão. (Sá et al, 2016).

A técnica mais utilizada poderá ser microdissecção intracap­sular por preferência médica, já que diminui o risco de lesão iatrogénica, sendo que a abordagem mais comum, dependo da localização e do tamanho do tumor é a abordagem cervical. No caso de tumores de dimensões maiores, ou tumores na região da faringe lateral, pode ser por abordagem cervical-parótida. Em tumores mais próximo da parótida a abordagem transparótida é usada, e menos comum é a abordagem transmandibular, usada em caso de tumores malignos de grandes dimensões (Doménech Juan et al., 2004).

Deste procedimento cirúrgico podem ocorrer lesões nervosas e défices neurológicos subjacentes, sendo comum no pós-operatório acontecer parestesias, embora as taxas de complicações após cirurgia (como por exemplo, disseção de nervos próximos) são reduzidas (Doménech Juan et al., 2004).

As taxas de recorrência e malignização são baixas, pelo que tem bom prognóstico.


Sá, A.; Azevedo, L.; Cunha, L. Schwanoma do Membro Superior: Análise Retrospectiva de

17 Casos. Acta Med Port. 2016. 29(9): pp519-524.

Doménech Juan, I; Monner Dieguez, A.; Cisa Lluís, E.; Marí Roig, A.; de Frías, B.; Jiménez, R. Schwannoma parafaringeo: a propósito de un caso. Rev Esp Cirug Oral y Maxilofac. 2004. 26: pp 245-248


 
 
 

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