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Telessaúde: ferramenta para o futuro?

  • Foto do escritor: Marta Temporão
    Marta Temporão
  • 27 de abr. de 2020
  • 3 min de leitura

A revolução tecnológica está a acontecer em vários contextos, incluindo no setor da saúde. Atualmente, em todo o mundo, a prestação de cuidados não acontece apenas pela forma convencional, mas com recurso, por exemplo à telessaúde (Bergmo, 2015; Nasir, Hussain, & Dang, 2018).

Esta alternativa, que combina as tecnologias de informação e comunicação com os cuidados de saúde, melhora os resultados em saúde por via da melhoria do acesso aos cuidados e à educação em saúde, reduz os custos em saúde e aumenta a eficiência e a qualidade dos cuidados (Bergmo, 2015). No fundo, é “cuidar à distância” (World Health Organization [WHO], 2010).

A telessaúde está em crescendo e presume-se que manterá esta tendência, pela facilidade de utilização, disponibilidade, amplo uso das tecnologias de informação, e por oferecer múltiplas outras vantagens (Lilholt, Jensen, & Hejlesen, 2015; Nasir et al., 2018). Por esta via os pacientes não necessitam de sair das suas casas, recebendo alguns cuidados de forma virtual.

Isto tem vindo a revelar-se cada vez mais importante, principalmente durante a situação atípica que estamos a viver. A telessaúde pode auxiliar o diagnóstico das doenças; pode ser útil na monitorização dos utentes, quer no acompanhamento das doenças crónicas, quer na averiguação do estado de saúde dos utentes com COVID-19; permite manter a continuidade dos serviços de saúde, através da teleconsulta (Ministério da Saúde, 2020), entre outras variadas aplicações.

É certo que existem desafios que requerem especial consideração por parte dos profissionais de saúde, onde o acompanhamento adequado assume um papel crucial. Por exemplo, a falta de conhecimento tecnológico ou de literacia e a relutância tecnológica podem constituir barreiras para os doentes participarem nestes projetos, pelo que a tecnologia deve ser simples e prática (Silva, F., Silva, J., Belo, J., & Nêveda, R., 2018).

Quanto mais invasivo for o equipamento, menor é a qualidade de vida dos utentes e maior é o risco de rejeitarem o seu uso. Nestes casos, é muito importante explicar o objetivo e a necessidade, assim como contrabalançar os riscos com os benefícios. O mesmo se aplica para equipamentos parcialmente manuseados pelo utente, já que este pode ficar desinteressado pela constante manipulação do mesmo, descuidar-se no seu uso e consequentemente produzir dados e orientações errados para os profissionais de saúde (Gonçalves & Campanella, 2018). A frequente apresentação dos resultados pode incentivá-lo a usar corretamente o dispositivo.

Por outro lado, a monitorização constante pode resultar no excesso de tratamento (Rubio et al., 2018), pelo que a experiência clínica do profissional de saúde e a relação com o utente podem ser fatores importantes na deteção destes casos.

Em suma, o uso das tecnologias na educação, diagnóstico, tratamento e monitorização no contexto da saúde parece prometer inúmeras vantagens. A sua implementação parece uma boa forma de combater barreiras geográficas, de aumentar a eficiência dos cuidados e promover a sustentabilidade deste setor.



Referências bibliográficas:

Bergmo, T. S. (2015). How to Measure Costs and Benefits of eHealth Interventions: An Overview of Methods and Frameworks. J Med Internet Res, 17(11), e254. doi:10.2196/jmir.4521

Gonçalves, L., Campanella, N. (2018). Teleassistência e Telemonitorizaçáo. In U. d. b. Interior (Ed.), e-Saúde: Livro de ensino para estudantes de cursos de ciências da saúde e para profissionais de saúde. Covilhã.

Lilholt, P. H., Jensen, M. H., & Hejlesen, O. K. (2015). Heuristic evaluation of a telehealth system from the Danish TeleCare North Trial. Int J Med Inform, 84(5), 319-326. doi:10.1016/j.ijmedinf.2015.01.012

Ministério da Saúde. (2020). COVID-19 | Telessaúde no SNS. Disponível em: https://www.sns.gov.pt/noticias/2020/04/17/covid-19-telessaude-no-sns/

Nasir, J. A., Hussain, S., & Dang, C. (2018). An Integrated Planning Approach Towards Home Health Care, Telehealth and Patients Group Based Care. Journal of Network and Computer Applications, 117, 30-41. doi:10.1016/j.jnca.2018.05.009

Rubio, M., Ceballos Fernandez, R., Parras Pastor, I., Palomo Iloro, A., Fernandez Felix, B. M., Medina Miralles, J., . . . Alonso-Viteri, S. (2018). Telemonitoring and home hospitalization in patients with chronic obstructive pulmonary disease: study TELEPOC. Expert Rev Respir Med, 12(4), 335-343. doi:10.1080/17476348.2018.1442214

Silva, F., Silva, J., Belo, J., & Nêveda, R. (2018). Telemonitorização do paciente com Doença Pulmonar Obstrutica Crónica no Alto Minho - Portugal. In U. d. B. Interior (Ed.), e-Saúde: Livro de ensino para estudantes de cursos de ciências da saúde e para profissionais de saúde. Covilhã.World Health Organization, W. (2010). Telemedicine: opportunities and developments in Member States: report on the second global survey on eHealth 2009. Retrieved from https://www.who.int/goe/publications/goe_telemedicine_2010.pdf

 
 
 

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